segunda-feira, 25 de março de 2013

O Sorrateiro


Do iDicionário Aulete:

(sor.ra.tei.ro)
1. Que age de maneira oculta, furtiva; FURTIVO; SIGILOSO: Aproximou-se, sorrateiro, e roubou a bolsa [ antôn.: Antôn.: manifesto, patente. ]
2. Que oculta os verdadeiros sentimentos sob aparência ou comportamento dissimulado; DISFARÇADO; MANHOSO; MATREIRO: Tinha um ar sonso, sorrateiro [ antôn.: Antôn.: franco, sincero. ]
3. Diz-se de olhar rápido e oblíquo: Deu uma olhadinha sorrateira e fugiu [ antôn.: Antôn.: direto. ]
[F.: Posv. do lat. subreptus,a,um > el. sorrat-]

A pessoa chega quieta, sem aparentes intenções. Infiltra-se fazendo parecer que essa palavra não é a correta pra denominar o ato. Faz amizade, conversa, descobre inúmeros fatores em comum. “Vamos ser amigos!”, ela diz. “Vamos sair!”, ela diz.

Você é levado de uma maneira que tudo aquilo parece mesmo real. A amizade, as confidências, o apego. Está acontecendo e é verdadeiro. Seremos amigos pra vida toda! Desfrutaremos da companhia mútua e seremos felizes assim. Eu falo e sou escutado, e vice versa. As opiniões e conselhos são ótimos.

Só que a pessoa sorrateira não consegue seguir essa linha por muito tempo. O afastamento acontece, os comentários maldosos são feitos, as verdades começam a aparecer.

O mais triste é que muitas vezes há uma entrega à amizade. Há sentimentos verdadeiros criados a base de mentiras. Há a decepção. De tudo o que não foi. De tudo que não passou de dissimulação, de interesse, e você demorou muito pra perceber.

Agora é tarde. Agora é o momento de refletir e ajudar os demais, para que eles não caiam no mesmo conto que você, na inocência, caiu. 

segunda-feira, 18 de março de 2013

As Vantagens de São João da Boa Vista

Quem me conhece sabe: eu adoro gongar essa cidade. Mas, verdade há de ser dita, tem coisa que só é encontrada aqui. Hoje nomearei algumas, mas não todas, pra não ficar chato. E pra render mais histórias futuramente. 

- Cine Beloca 
Eu queria citar o Theatro Municipal inteiro que, se não me engano, está em 17º na lista dos Theatros mais bonitos do Brasil. Mas, como o Cine Beloca acontece lá e é uma situação mais frequente, optei por explicitar o que ele significa. 
Toda terça-feira (exceto feriados) acontece uma sessão de cinema. Filmes de todos os gêneros, nacionalidades, de todas as vertentes. Geralmente títulos que não chegaram a ser exibidos no cinema da cidade, que é totalmente comercial. As sessões acontecem às 20 horas e são totalmente grátis. E o melhor é que o público pode participar. Nesse mês de março, por exemplo, os filmes sendo exibidos são de escolha minha! E o legal também é que, antes e depois do filme, o David Ribeiro (formado em cinema) faz comentários, que também são abertos ao público, sobre o filme do dia. 

- Sodom Motorcycle Club 
Resumindo, o Sodom é um Rock Bar. O que é um fator muito importante, principalmente porque ele é o único da cidade. E depois porque ele fica no Bairro Alegre, que é afastado do "fervo" (bem paradão) do centro da cidade. 
O bar sempre recebe músicos da cidade e da região, tocando rock, mpb e música boa em geral. Há uma área externa enorme, o que se torna uma vantagem devido ao calorão que faz nessa cidade, e mesas de sinuca. Há uma juke box, mas desde quando comecei a frequentar o bar, ela nunca funcionou. Preciso descobrir o que se passa com ela. 
Mas, pra mim, o melhor de tudo daquele lugar são as pessoas que o frequentam. Gente tranquila, desencanada, que vai lá pra trocar ideia com os amigos, ouvir um bom som, jogar uma sinuquinha e tomar uma cerveja a preço mais do que camarada (aliás, não só a cerveja tem preço bom). Também tem o Bauru e as porções, tudo gostoso e de preço honesto. 

- Bandinha aos Domingos
Tirando as pessoas que vão à praça pelos motivos errados (e lota, e fica chato), é comum, aos domingos, a banda da cidade se apresentar no Fonteatro (um miolo que é metade palco, metade pista de dança pros casais aproveitarem o som).
Eles tocam músicas variadas, sem voz, tudo acústico. Muitos clássicos. A banda é composta de percussão, metais, alguns elétricos como guitarra, teclado... E é uma espécie de tradição. Foi sempre assim, e continuará sendo. O que é muito legal nessa época de tecnologias mil, sertanejo universitário e outras porcarias. 

Por enquanto é isso. Não vou mencionar os crepúsculos maravilhosos porque é clichê demais. E vou deixar claro aqui que há boas opções, basta procurá-las. 


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Carro, pra que te quero?


Falar do trânsito em São João da Boa Vista, pra mim, é mais problemático do que falar sobre os engarrafamentos intermináveis em São Paulo. Já presenciei os dois e, sempre que afirmo o que direi agora, ninguém acredita ou confia em mim. Mas, sim, dirigir em São Paulo é muito, mas muito melhor do que aqui no interiorrrr.
Por quê?
Simples.
Lá na capital do estado, se você fizer qualquer besteirinha, por mais leve e rápida que seja, a pessoa que está perto já vai buzinar. E o que você faz? Se toca e corrige a porcaria que estava fazendo. Aqui não funciona assim. As pessoas (sem generalizar, sempre) já saem de casa com o intuito de “passear de carro”. Parece que ninguém tem pressa, ninguém se preocupa em sinalizar que vai virar, estacionar, entrar em garagem... Simplesmente andam, lentamente.
Já cheguei a presenciar pessoas em ruas vazias, sem ninguém impedindo que eles andassem na frente, a menos de 20km por hora! Em uma rua reta! Vazia! Propícia pra uma corridinha. Ok, não precisa sair por aí achando que está de Batmóvel, mas também não é pra ficar segurando o seu coleguinha do carro de trás, ele pode estar com pressa.
E não é que eu tenho pressa. Muitas vezes eu apenas estou indo pra casa de algum parente, ao supermercado ou qualquer outro destino que não me obriga a ter pressa. Mas não é só por isso que vou ficar tartarugando pelas ruas da cidade. Não tá certo! Ainda mais se não é horário de pico.
Além do mais, sanjoanense demora pra sair dos semáforos quando eles abrem, demora pra fazer baliza (quando preza por fazê-la) e não sinaliza quando vai entrar em uma vaga, não dá passagem mesmo sabendo que vão permanecer no trânsito de qualquer maneira, andam no meio da rua quando dá pra fazer fila dupla... Enfim. Já deu pra notar que é mais fácil sair a pé do que tentar se aventurar de carro por aí.
Termino meu desabafo veicular com um pedido: Por favor, departamento de trânsito da cidade, faça ser multa andar a menos de 20 km/h em ruas livres, por favor.
Obrigada. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Movimento Contra as Guitarras Quebradas


Movimento Contra as Guitarras Quebradas

Saiu ontem no Fantástico, em jornais e em praticamente todas os veículos e redes sociais pela internet afora o caso do Gustavo Lima Heavy Metal, que quebrou uma guitarra no palco e os estilhaços atingiram e machucaram uma menina de 10 anos.

Eu sempre tive uma opinião muito negativa a respeito dos músicos que quebram seus instrumentos no palco, seja lá de qual gênero musical eles forem.

Primeiro porque muitas pessoas que vão a esses shows têm bandas cover, ou tocam algum instrumento que, em grande parte dos casos, eles suaram pra conseguir comprar. A “guitarra (ou baixo, ou qualquer outro instrumento) dos sonhos” custou a chegar e eles a tratam como filha. Aí chega um músico enfurecido (ou fazendo graça, na minha opinião) e atira seu meio de vida no chão, a troco de nada, só pelo puro prazer de estilhaçar o instrumento.

É claro, ele pode fazer isso. Quantos outros iguais ou melhores que esse estarão guardados em sua residência/estúdio/qualquer outro lugar? Vários. Você acha que uma guitarrinha fará grande diferença na vida desse artista? Não. Será a tarefa mais fácil do mundo comprar outra igual, caso ele sinta saudades daquela em particular.

Agora, já que quer se desfazer do instrumento, por que não doa-lo pra alguém, joga-lo (inteiro) para a platéia, autografar e fazer um leilão ou qualquer outra atitude que valorize ou favoreça outro (ou outros)? Porque o cara que está no palco pode ser rico, mas os pobres coitados que, se conseguem, tocam em bares noite afora poderiam gastar um dinheiro a menos conseguindo essa guitarra “de presente” em um show.

E os pedaços não machucariam ninguém. Que tal?